Há alguma esperança?

“Há alguma esperança? Acho que sim; com um pouco de humildade por parte daqueles de nós que são obreiros, poderia haver sucesso. A ordem do dia deve ser: não estamos no século 19. Não temos o Jesus Cristo físico que ensinou 12 de nós por três anos. O Pentecoste não aconteceu há nove anos. Nós, os obreiros de hoje, sem exceção, nascemos e vivemos na Babilônia (ou servimos sob as ordens de homens cujas maneiras babilônicas exalam de suas vestimentas). Se, de forma arrogante, tentarmos voltar aos caminhos da igreja primitiva com esta ideia: ‘Faça isso tudo em uma geração’, então fracassaremos.

Nós que vivemos no mundo atual simplesmente não somos tão qualificados para fazer um trabalho puro. Nenhum de nós. E a duração da vida de um homem adulto não é suficiente para resolver os problemas que enfrentamos. Por que os homens são tão arrogantes a ponto de se considerarem especiais o suficiente para fazer toda a tarefa de restauração em vinte anos? O melhor que nós, obreiros podemos fazer é proteger um grupo de jovens da corrupção da cristandade de hoje, fornecer-lhes um ambiente positivo para crescer, direcioná-los à profundeza das coisas de Cristo, possibilitar-lhes o melhor que pode ser vivenciado na vida da igreja atual (o que não é muito) e estimulá-los a ir além de nosso crescimento espiritual e nossa limitação em Cristo. E, depois, ter esperança. Ter esperança de que essas crianças, quando crescerem, sejam melhores que todos nós. Ter esperança de que elas alcancem as estrelas. Ter esperança de que elas passem para a próxima geração uma experiência de Cristo e de sua Igreja mais elevada que qualquer coisa que a última geração conheceu ou pode vir a conhecer.

O que estou dizendo? Que não somos qualificados para fazer em uma geração o necessário para restaurar as coisas que precisam ser restauradas. Nesse meio tempo,  encorajo-o a parar de lamber suas feridas e de reagir contra o “autoritarismo”. Não foi o autoritarismo que o estraçalhou. Foi a estratégia de má qualidade em relação à restauração feita por homens que não estavam preparados para a tarefa aliada à sua pronta decisão de juntar-se a eles. Pedro, se eles tivessem tomado outra atitude em vez do autoritarismo, ela fracassaria da mesma maneira. Sua geração tem os olhos maiores que a boca. A cena de caos e massacre atual era inevitável. Oremos por um futuro com dias e homens melhores, por motivações mais elevadas da parte dos que proclamam e dos que respondem.”

(Gene Edwards. Cartas a um Cristão Arrasado. Editora Vida, p. 33-35).

 

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