O poder de transformar

É completamente normal que outros crentes tenham opiniões, tradições ou práticas bem diferentes das nossas. Também é normal (ou, ao menos, inevitável) que vejamos algumas destas pessoas como “opositores”. O que não é aceitável é o seguinte: para demonstrar o meu amor por alguns cristãos, tenho que ser também inimigo de seus inimigos. Ter comunhão com esse tipo de cristão significa fazer parte de suas cruzadas contra outros cristãos! […] Contudo, repetidas vezes encontro cristãos no trabalho que me pedem: “Se você realmente quiser ter comunhão conosco, precisa afastar-se publicamente de X, Y e Z”.

Por exemplo: tenho alegria em trabalhar com igrejas que se entendem como “carismáticas”, e também com outras que olham para este estilo de espiritualidade com muito ceticismo. E vários de meus amigos carismáticos questionam seriamente o meu amor por eles por eu investir tanto tempo em grupos não carismáticos. Outros não carismáticos têm a impressão de que tomei partido dos carismáticos por trabalhar tanto com estas igrejas. Conclusão: para alguns, sou “herege” por dar a mão a pessoas que eles consideram “hereges”.

O lema é sempre o mesmo: “Se você me ama, será inimigo dos meus inimigos”. Esta forma de pensar em categorias de segregação e lutas está tão disseminada entre os cristãos que me parece ser o principal obstáculo à evangelização do mundo. Não estou dizendo que estes grupos não deveriam envolver-se tanto com a verdade. Acima disto gostaria de apontar para o fato de que em seu sistema de crença possivelmente falta o mais importante aspecto do amor de Deus: o poder de transformar inimigos em amigos. Em vários grupos que conheço parece acontecer exatamente o oposto: eles continuam a transformar amigos (potenciais) em inimigos.

— Christian A. Schwartz
Do texto: As 3 Cores do Amor (Editora Esperança), p. 9.

 

Nenhum comentário até o momento. Você pode adicionar um através do formulário abaixo.

Comente!