O poder de Deus fecunda nossa fraqueza

Devemos ter certeza de que não existem orações supérfluas, inúteis; nenhuma é perdida. E elas são respondidas, mesmo que às vezes de forma misteriosa, porque Deus é amor e misericórdia infinita. O anjo – escreve João – “tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o lançou sobre a terra; e houve grandes trovões, vozes, relâmpagos e terremoto” (Ap 8:5). Esta imagem significa que Deus não é insensível  à nossas súplicas, intervém e faz sentir o seu poder e a sua voz sobre a terra, faz tremer e perturba o sistema do Maligno. Muitas vezes, diante do mal se tem a sensação de não poder fazer nada, mas é a nossa própria oração a primeira resposta e mais eficaz que podemos dar e que faz mais forte o nosso cotidiano empenho em espalhar o bem. O poder de Deus fecunda a nossa fraqueza (2 Co 12:9; Rm 8:26-27).

Permitam-me concluir com algumas palavras sobre o diálogo final (Ap 22:6-21). Jesus repete várias vezes: “Eis que venho sem demora” (Ap 22:7, 12). Esta afirmação não indica somente a perspectiva futura ao final dos tempos, mas também aquela presente: Jesus vem, coloca sua morada sobre quem acredita Nele e O acolhe. A assembleia, então, guiada pelo Espírito Santo, repete a Jesus o convite a tornar-se cada vez mais perto: “Vem” (Ap 22:17a). E como a noiva (22:17) que aspira ardentemente a plenitude do casamento. Pela terceira vez recorre à invocação: “Amém. Vem, Senhor Jesus” (22:20b); e o leitor conclui com uma expressão que manifesta o sentido dessa presença: “A graça do Senhor Jesus esteja com todos” (22:21).

– Joseph Aloisius Ratzinger

 

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