Sobre autoridade

Terminei de ler ontem Autoridade Espiritual Genuína de David W. Dyer e fiquei feliz com o que li. O autor apresenta vários aspectos da autoridade apresentados na Bíblia segundo a ótica de que jamais a posição de Cristo pode ser afetada. Recomendo a leitura. Pode ser encontrado em http://www.graodetrigo.com/portuguesebooks/AutoridadeEspiritual.pdf.

Aliás, é mesmo muito significativo que, após o cumprimento de seu ministério terreno, o Senhor tenha dito que toda autoridade lhe fora dada. Compreender que a passagem do Senhor por essa terra mudou tudo e de forma radical precisa fazer parte de nosso entendimento de uma vez por todas. Certamente fez parte do ensinamento dos apóstolos que reconheceram Sua ‘primazia em todas as coisas’ (Col 1:18, …). Outro evento marcante foi o ajuste feito pelo próprio Pai em Mateus 17, não só pondo de lado, mas até mesmo retirando de diante da vista dos discípulos, Moisés e Elias. Quando eles levantaram os olhos, viram a ‘Jesus somente’ (v. 8, VRC). Se essa impressão não for profundamente marcada em nós, estaremos muito suscetíveis a desvios a partir do momento que surgirem outros ensinamentos sobre autoridade. E eles virão.

Aliás, o que comumente se pratica por aí é primeiramente produzir um ensinamento incompleto, ou mesmo equivocado, sobre autoridade espiritual e a partir daí, num segundo momento, justificar os desvios de interpretação da Bíblia por parte da liderança. A partir daí, não interessará mais se essa autoridade instituída e o que ela promove vai em oposição a Cristo ou seu ensinamento. Vide por exemplo, livros como Autoridade e Submissão de W. Nee. Talvez 90% do livro mude de sentido se considerado sob a luz do Novo Testamento, a começar, obviamente, pelos evangelhos. Quando não considerado sob essa luz, pode ser usado pra produzir aberrações como a máxima diabólica de que ‘eu não tenho nada com isso, a responsabilidade cairá sobre o líder’. Enquanto isso, com convenientes aplicações do Antigo Testamento, que se continue a ameaçar, aterrorizar, oprimir e controlar aqueles que foram remidos e comprados pelo sangue de Cristo.

Creio que isso ofende a Deus e muito. Impor condições aos filhos de Deus, e a si mesmo, das quais a graça já nos livrou é como ‘pisar o Filho de Deus, ter por profano o sangue da aliança com que foi santificado e fazer agravo (insultar ou ultrajar) o Espírito da graça’ (Heb 10:29). Aliás, antes de terminar, cito o próprio Autoridade e Submissão, de W. Nee: “… quando o Sinédrio perseguiu Pedro proibindo-o de pregar no nome do Senhor é que Pedro disse: ‘Antes, importa obedecer mais a Deus do que aos homens.’ É somente quando a autoridade representativa se opõe evidentemente à ordem de Deus e ofende a pessoa do Senhor que podemos rejeitá-la.” A lógica foi perversa. Qualquer ensinamento sobre autoridade que serve pra justificar a posição especial de alguém que não seja o próprio Cristo é ofensivo e merece, então, ser rejeitado. Notemos que os únicos rebeldes no Novo Testamento foram os da Judéia, justamente porque quiseram dar a Moisés uma proeminência que ele não tinha mais (Rom 15:31).

Que o Senhor continue a produzir em Seu corpo mais modelos do rebanho e menos dominadores (1 Ped 5:2-3). Só pra constar, antes que alguém comece a teorizar sobre pratos e cuspes, afirmo que a ajuda que recebi em livros de W. Nee é inestimável, bem como por parte de outros, quer no passado quer no presente; mas tenho tentado cumprir meu dever cristão de examinar todas as coisas e reter o que é bom…

 

 

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