O pedido no casamento

Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Respondeu Jesus: “Que temos nós em comum, mulher? A minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos serviçais: “Façam tudo o que ele lhes mandar”. JOÃO 2.3-5 (NVI)

Se houve alguém que soube controlar o tempo de maneira perfeita, esse alguém foi Jesus. Ele nunca fez nada fora de hora. Em sintonia com a vontade do Pai, ele só iniciou seu ministério público quando Deus o autorizou; nem antes nem depois. Então, por que ele parece ter mudado de ideia tão rapidamente? Por que realiza um milagre que dá início a um grande falatório por toda a Galileia?

De certa forma, Jesus devia saber que a oração de Maria havia mudado a situação, havia posto seu ministério público em ação. A vida oculta de Jesus chegara ao fim. Agora a luz do mundo se revelaria em contraponto às trevas. Jesus não perde tempo; ordena aos serviçais na festa de casamento descrita no evangelho de João que peguem seis potes de pedra, do tipo usado pelos judeus para a purificação, e os encham com água. Depois, lhes diz que chamem o encarregado da festa para que ele pegue um pouco do conteúdo e o prove. Assim que o líquido passa por seus lábios, o homem reconhece que se trata do vinho da mais fina qualidade que ele havia provado, e não entende por que os noivos guardaram o melhor vinho para ser servido por último.

Como sempre, o milagre não gira apenas em torno de uma simples festa de casamento em Caná. Gira em torno de transformar o comum em extraordinário, o natural em sobrenatural, o reino deste mundo no Reino de Deus, a lei em graça, e a morte em vida. Gira em torno do sangue de um Salvador cujo corpo seria quebrado em um madeiro, para que dele fluíssem rios de água viva. Gira em torno de uma festa de casamento no céu que será celebrada no fim dos tempos. Gira em torno de misericórdia, alegria e comunhão — e em torno do amor apaixonado de Deus por seu povo. O mais extraordinário de tudo é que esse milagre maravilhoso ocorreu porque Maria notou a necessidade de alguém e chamou a atenção do filho para esse fato. A simples oração de uma mulher piedosa foi responsável pela liberação da graça que pôs o plano salvador de Deus em ação. Pode ser até que o Pai estivesse aguardando uma oração como a de Maria antes de promover uma mudança radical na situação.

Seja como for, devemos nos sentir encorajados. Esse milagre nos motiva a orar. Não somos meros espectadores, assistindo passivamente ao drama da salvação. Nossas orações ajudam realmente a montar o palco e até mesmo erguer a cortina no próximo ato da obra de Deus na história do mundo.

Texto de Ann Spangler (Escritora)

 

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