Como só uma criança sabe fazer…

Posso ver aquela cena como se fosse hoje. A sala, as cadeiras de metal, o flanelógrafo, o carpete mofado, e todos os meus amigos da igreja reunidos para o ritual da semana: a escola dominical. Acomodado na cadeira encostada na parede, eu não via nada de especial naquela lição. A reunião era apenas mais uma chance de estar com os amigos, escutando uma história que já tinha ouvido milhares de vezes. Não é exagero; eu tinha ouvido a mensagem singela da salvação pelo menos mil vezes. Meu pai, pastor batista, nunca deixou de compartilhar o evangelho; minha mãe sempre conversava comigo sobre o evangelho; nossa igreja nunca deixou de proclamar o evangelho. Eu já tinha ouvido a mensagem da cruz tantas vezes que, quando a professora começou a repeti-la naquele domingo, a história mais me parecia um par de sapatos velhos, muito confortável, mas comum.

Apesar disso, havia alguma coisa especial naquela mensagem; o Espírito Santo iniciou Sua obra em meu coração. Sem mais nem menos, algo mudou. Percebi de maneira completamente nova que a cruz tinha a ver com o meu pecado, e que aquela história bastante conhecida exigia uma resposta. Fiquei desarmado, convencido de que era pecador. Passei o resto do dia imaginando Jesus pregado na cruz, morrendo e sendo sacrificado em pagamento pelo que eu tinha feito.

Lembro-me vividamente de que, naquela noite, deitado na cama, fiz uma oração simples, como só uma criança sabe fazer, e pedi que Deus perdoasse meus pecados. Não foi a maior confissão que o mundo já ouviu. Também não foi perfeita do ponto de vista da teologia nem precisa do ponto da vista da soteriologia. Mas foi obra do Espírito Santo, que de modo gentil e persuasivo levou a mim, um garoto de seis anos, à cruz do Salvador.

Tad Thompson, autor de “Pais Discipuladores”, Editora Vida Nova, SP 2011

 

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