Para Ti a vitória… de Ti a coroa

Conta-se que Trajano, o terrível inimigo dos cristãos, expediu uma ordem com o fim de eliminar de seus exércitos qualquer soldado que professasse o nome de Cristo. Numa companhia das Gálias, composta de cem homens, o decreto imperial foi recebido pelo comandante com muita tristeza, pois sabia ele da existência de grande número de cristãos entre as suas fileiras, por sinal, os mais dedicados, valentes e disciplinados. Com pesar ordenou fosse levantado um altar e em seguida determinou que cada soldado enchesse sua taça de vinho e derramasse diante do altar, em honra (culto) ao imperador. Quarenta legionários recusaram-se a fazê-lo e foram lançados às geleiras, despidos, para lá morrerem.

A noite estava muito fria e ninguém, no acampamento, conseguia dormir, sentindo a dolorosa ausência de seus leais companheiros. O capitão levantou-se e se dirigiu às proximidades do lugar onde pereciam seus soldados, e ouviu, surpreso, um cântico: “Quarenta soldados lutando por Ti, ó Cristo, reclamam para Ti a vitória e pedem de Ti a coroa”. A extrema dedicação daqueles homens ao seu Deus e o valor que davam à sua fé impressionou o chefe militar. Comovido, ele continuou ouvindo aquele estranho brado de vitória, até que o mesmo mudou-se para: “Trinta e nove soldados lutando por Ti, ó Cristo, reclamam para Ti a vitória e pedem de Ti a coroa”. É que um deles havia renegado a fé, arrastara-se até a fogueira do acampamento e fora trazido de novo à vida.

Revoltado com tal atitude e movido por um ímpeto de fé no Cristo vitorioso, o capitão despiu-se de sua capa e volutariamente uniu-se aos seus valentes soldados nas gelerias. E novamente o acampamento ouviu o eco da sublime mensagem, agora com nova nota triunfante: “Quarenta soldados lutando por Ti, ó Cristo, reclamam para Ti a vitória e pedem de Ti a coroa.” Na manhã seguinte jaziam nas gelerias os corpos dos quarenta legionários, incluindo-se o do comandante. Foram fiéis até à morte, reclamaram para Cristo a vitória, e receberam Dele a coroa.

 

Lições da História que não podemos esquecer – Abraão de Almeida, pg 50 e 51. Editora Vida, SP 1993

 

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